Branqueamento Anal
Não caminho para novo e há certas modas que já me vão escapando. Mas é para isso que conto com a revista Cristina . A revista Cristina é revolucionária porque pela primeira vez a revista é mesmo uma mulher. Nunca soubemos quem era a Maria , quem era a Cláudia da casa , a Ana , ou Ana mais atrevida, a própria Gina... Mas a Cristina sabemos.
A Cristina é uma "amiga Olga" da geração da “imagem e das redes sociais", é uma mulher de sucesso, gira , fashion , moderna ...uma coisa se mantém inalterável nas diferentes gerações destas apresentadoras, o estridente tom de voz.
Bem, mas foi a moderna Cristina que, pela primeira vez na história da imprensa, trouxe para tema de capa o "branqueamento anal".
Eu não sabia da existência desta moda e é daquelas que eu tenho receio de pesquisar no Google, não só pelo histórico e futura publicidade que vou começar a ver quando ando pela net , mas também pelas imagens que me podem aparecer.
Não me lembro da última vez que vi o meu ânus. Não sei se isso é bom ao mau sinal , mas felizmente não precisei nem senti essa curiosidade (mesmo depois de ver esta capa). Nem sei se tenho elasticidade suficiente para o fazer. O mais natural é que esta curiosidade acabasse numa ida a uma consulta por causa de uma dor nas costas. Consulta embaraçosa por ter que explicar que estava a tentar ver a cor do meu ânus.
Mas pelos vistos há quem o faça ou ,pelo menos, quem se incomode com a possibilidade da cor do mesmo não estar de acordo com os padrões actuais de estética. Vamos lá a ver, os dentes mais brancos eu até percebo, porque enfim, pode parecer mais higiénico , nós vemos ao espelho... Mas o branqueamento anal é um acto de altruísmo , é pensar naqueles que nos vão ver o sitio do nosso corpo onde o sol não brilha, mas que mesmo assim escurece.
Eu estou a imaginar o cliente de gatas numa marquesa e o técnico de branqueamento com uma cotonete com uma espécie de lixívia. Mas antes disso mostrou uma tabela de "pantones anal" para o cliente escolher: “temos o nata, botão baunilha, banana split, rosa doce, albino e Michael Jackson. Pessoalmente aconselho o Michael Jackson porque dura mais que o albino e daqui as uns meses já estará mais próximo da cor natural”.
E no fim imagino o contorcionismo e jogo de espelhos para o cliente ver se a cor do ânus está “au point”: “muito obrigado, espero que tenha gostado e pode levantar o “colar cervical” gratuitamente na recepção”. Depois o cliente fica com uma novidade que fica estranho contar a alguém , porque estas mudanças provocam sempre no outro um “mostra!” .
Apesar de tudo vejo uma utilidade. No branqueamento dos dentes há uma versão com um brilho que parece que o “branqueamento” foi feito com pasta de dentes de Chernobil, fica fluorescente. Um branqueamento anal nessa linha pode ser muito útil no escuro.